quinta-feira, 31 de julho de 2014

SAÚDE MENTAL E ATIVIDADE FÍSICA









Programas dirigidos de atividades físicas tendem a amenizar a redução significativa da capacidade física e funcional e da sensação de bem estar, que ocorre no decorrer da senescência, melhorando a qualidade de vida dos idosos.



 Pesquisas demonstram que a prática de exercícios regulares, além dos benefícios fisiológicos, acarretam benefícios psicológicos, tais como: melhor sensação de bem estar, humor e autoestima, assim como, redução da ansiedade, tensão e depressão.



 Ao comparar dois grupos com depressão clínica, onde um executou exercícios aeróbicos e outro anaeróbico, durante o estudo, ambos os grupos demonstraram redução nos níveis de depressão e não apresentaram diferenças significativas entre eles. A conclusão que o estudo levou, é que os efeitos antidepressivos associados ao exercício não se restringem as formas aeróbicas de treinamento.



 Exercícios com a frequência semanal de três vezes, durante seis a nove semanas, são associados ao aumento significante da aptidão física e redução na pontuação da depressão. O estudo concluiu que o treinamento para melhorar a aptidão física é um elemento valioso no programa de tratamento para depressão.



 Um grupo de mulheres deprimidas foi submetido a treinamento aeróbico extenuante, por um período de 10 semanas, e ao final do período demonstraram redução na depressão proveniente do exercício.



 A associação de exercício com contato social resultou em redução significante no escore total da Escala de Depressão de Beck. O exercício, em curto prazo, demonstrou efeito positivo, reduzindo sintomas depressivos no idoso moderadamente deprimido.



 O treinamento de resistência progressiva, durante o período de 10 semanas, demonstrou ser um antidepressivo efetivo para tratar idosos deprimidos melhorando também força, moral, qualidade de vida e papel social.



O emprego de um programa de atividades físicas para pessoas idosas tende a aumentar seu estado de saúde, diminuindo a dependência, a ociosidade, favorecendo a socialização, e com isso melhorando sua qualidade de vida.



 Assim, como outros fenômenos orgânicos, o envelhecimento deve ser conhecido não só no seu aspecto fisiológico e das manifestações físicas, mas também os perfis psicológicos do paciente têm de ser abordado e bem conduzido por especialista.



O envelhecimento vem sendo encarado como um processo patológico e não como uma fase normal do ciclo da vida.



Seria necessário não tentar combatê-lo, mas sim, passar a entendê-lo, pois passou a ser uma necessidade conhecer os aspectos orgânicos, psíquicos e sociais de uma população que cresce continuamente, tentando assim, reduzir os possíveis problemas de saúde pública.




A MEDICINA DO EXERCÍCIO ACONSELHA:

Saúde Mental é o grande antídoto para diversos processos físicos, atuando como aliado na melhoria da qualidade de vida.

           





Dr. Bruno Tamegão Noronha

 Medicina do Esporte

Fisiologia do Exercício


quarta-feira, 16 de julho de 2014

SUPLEMENTOS MINERAIS E EXERCÍCIO FÍSICO











            Os minerais têm sido sugeridos como forma de melhorar o desempenho em duas condições: nos atletas com déficit de alguma dessas substâncias e nos casos onde o incremento do mineral pode melhorar o rendimento na atividade.


            Determinados grupos de atletas tem-se mostrado deficientes em certos minerais, especialmente cálcio, zinco e ferro, embora os níveis sanguíneos e a excreção urinária destes minerais possam ser afetados pela realização de treino com carga e o desgaste deve ser considerado nas análises.


            Trataremos de alguns casos em geral, lembrando que a análise para qualquer programa de condicionamento físico e treinamento esportivo deve ser específica e individualizada:


                        Cálcio: pode ajudar na recuperação anabólica e prevenir o aumento do volume plasmático após a ingestão de líquidos no calor, além de sua determinante contribuição na saúde óssea, fraturas de stress são freqüentes em atletas com baixa densidade óssea, irregularidades menstruais e/ou baixa ingestão de cálcio.


                        Magnésio: é co-fator de reações metabólicas e mantém a excitabilidade do músculo e do nervo, baixos níveis são relacionados com câimbras. Alguns estudos demonstram uma relação com capacidade aeróbica em atletas e não-atletas.


                        Fósforo: estudos ainda não bem elaborados sugerem que pode retardar a fadiga, demonstrando ligeiro aumento no consumo máximo de oxigênio.


                        Zinco: papel fisiológico como anti-oxidante e como co-fator de muitas enzimas, em especial a lactato-desidrogenase, anidrase carbônica e superóxido dismutase, estando seu déficit relacionado a presença sistemática de infecções. Altas doses podem inibir absorção de cobre e diminuir os níveis de lipoproteínas de alta densidade.


                        Cobre: efeitos ainda não estudados e não relacionados com atividade esportiva.


                        Selênio: age em conjunto com vitamina E, como anti-oxidante reduzindo a peroxidação lipídica.

                        Cromo: é mobilizado para melhorar o consumo de glicose pelas células musculares, o incremento pode ser útil para repor os estoques, o que também é favorecido pelo treino tornando o organismo mais eficiente no processo.


                        Ferro: depleção por conta de sangramento intestinal ou hemólise pelo trauma de calcâneo, além de dieta pobre em absorção do mineral. Seu excesso pode inibir absorção de zinco podendo aumentar o risco de câncer, acidente vascular e enfermidades coronarianas. Suplementos somente prescritos quando a dieta não corrigir, sendo necessários exames laboratoriais antes de indicar a reposição.


            A dieta inadequada do ponto de vista metabólico e funcional é a principal razão para as deficiências de minerais encontrados em atletas, embora, em alguns casos, o exercício físico pode contribuir com essa relação.


            Utilizam-se os suplementos minerais não somente para melhora de desempenho esportivo, mas de forma a minimizar os efeitos nocivos do treinamento no organismo como produção acima da média de radicais livres, desta forma promovendo a saúde do atleta de forma imediata e tardia.


            Atletas que conhecem as práticas adequadas e racionais as seguem, entretanto existe a necessidade de um monitoramento das valências laboratoriais sempre relacionadas a modalidade esportiva e o consumo diário em função das etapas no plano de treinamento individual.

                                   


A MEDICINA do EXERCÍCIO ACONSELHA: Doses em excesso de minerais não melhoram o desempenho e ainda podem interagir com a função e absorção de outros micronutrientes.





 Dr. Bruno Tamegão Noronha


 Medicina do Esporte e Fisiologia do Exercício

quinta-feira, 3 de julho de 2014

ANTIOXIDANTES NA DIETA DE PACIENTES ONCOLÓGICOS











            Pacientes oncológicos que são submetidos a tratamentos de radioterapia e quimioterapia estão mais susceptíveis às ações danosas de agentes oxidantes denominados de radicais livres (RL). Ocorre este fato devido ao desequilíbrio em todo o sistema orgânico, podendo haver danos no DNA de células de tecidos sadios.



            Considerando serem os antioxidantes importantes para prevenir, ou até mesmo reduzir, a ação maléfica dos radicais livres sobre macromoléculas essenciais (proteínas, lipídeos e ácido nucléico), alterando a função celular, faz-se necessária a administração destes agentes, seja na forma de suplementos farmacológicos ou mesmo na dieta equilibrada.



            Radicais Livres (RL) são moléculas que apresentam elétrons livres em sua órbita externa, tornando-os substanciais altamente instáveis, o que as fazem procurar estabilidade à custa de outros elementos estáveis e importantes ao funcionamento orgânico, terminando por desestruturá-las de forma vital. Em condições orgânicas normais, a ação dos RL é compensada pelos agentes antioxidantes de primeira linha, que são as enzimas (superóxido desmutase, catalase e glutationa peroxidase).



            Alvos preferidos dos RL são os ácidos graxos insaturados, encontrados na dupla camada de lipídeos das membranas celulares, levando a alteração desta membrana caracterizando a peroxidação lipídica, que leva a formação de placas ateroscleróticas em veias, capilares e artérias importantes na circulação sanguínea.



Imediatamente começam a atacar a cadeia de fosfolipídios vizinhos, continuadamente até se instalar um quadro deletério, pois provoca alteração na capacidade seletiva das membranas celulares, favorecendo a entrada e saída indiscriminada de metabólitos e detritos da célula, levando a ruptura seguida de lise (quebra) celular ou mesmo uma hipotrofia (atrofiamento da célula).



            Podem ocorrer ainda alterações mutacionais de DNA e RNA, favorecendo doenças degenerativas crônicas; oxidação de lipoproteínas de baixa densidade (LDL), favorecendo processo de aterosclerose; ruptura de membranas celulares, motivando bombas iônicas; formação de resíduos químicos que agem como precursor de dois lipopigmentos (lipofucsina e material coróide) ambos relacionados ao processo de envelhecimento celular.



            Os radicais livres são produzidos intensamente em pacientes com câncer, onde os níveis de antioxidantes enzimáticos estão substancialmente baixos, levando à formação de uma camada de fibrina, de aspecto gelatinoso e que protege a célula cancerosa, daí estas serem tão resistentes à ação terapêutica.



            Este fenômeno que determina o crescimento dos tumores está fortemente comprometido com a presença de RL e ao fato das células cancerosas apresentarem níveis menores de oxidação, devido ao fato de possuírem menos ácidos graxos é maior quantidade de proteção interna, evitando o seu combate por agentes quimioterápicos.



            Para impedir que um RL de oxigênio atinja uma situação de desequilíbrio iônico antes que gere algum efeito indesejável, é fundamental que a ele seja fornecido um elétron para se ligar e desta forma estabilizar-se. O elemento ou a substância que irá fornecer este elétron chama-se antioxidante.



            Considerações epidemiológicas mostram que dietas ricas em vitaminas A, E, C, beta-caroteno, flavonas, licopeno, bioflavonóides, entre outros macro e micro nutrientes, reduzem a produção de oxidantes endógenos nos tecidos, mantém a integridade dos tecidos, combatem o stress oxidativo, evidenciando um efeito positivo no combate ao câncer e ao processo de envelhecimento biológico.



            Não apenas os pacientes oncológicos podem estar sujeitos a um desequilíbrio em relação ao teor de RL no organismo, mas também aqueles pacientes que estão diariamente expostos a agentes cancerígenos; tais como fumo, medicamentos, stress metabólico, agentes químicos, podendo ocorrer desta feita uma desorganização oxidativa-orgânica.



            Alimentos funcionais e terapia suplementar farmacológica têm a finalidade de prevenir e até mesmo reduzir a ação das Espécies Reativas de Oxigênio (EROS), evitando danos que podem ser inevitáveis ao organismo humano.
           





A MEDICINA do EXERCÍCIO ACONSELHA:

Estabilizar as reações bioquímicas através da alimentação saudável e atividade física regular.





 Dr. Bruno Tamegão Lopes de Noronha  


(Medicina do Esporte e Fisiologia do Exercício)

domingo, 15 de junho de 2014

OS DEZ MANDAMENTOS MÉDICOS PARA CORREDORES DE RUA












Associação Internacional de Diretores Médicos de Maratonas, associação que visa atenuar os muitos problemas que podem ocorrer durante uma corrida de longa distância e lançou os “10 mandamentos médicos do maratonista” para zelar pela saúde de quem quer se aventurar nas corridas de longa distância e maratona. 



Mais de 90% dos atletas que foram removidos para hospitais em algum momento pecaram contra esses mandamentos para manutenção da qualidade da saúde do atleta.



Embora esses conselhos existam há muito tempo, a maioria os corredores são desinformados sobre eles conselhos e nunca é demais relembrá-los.





Os 10 mandamentos médicos do maratonista comentados: 





1 – Esteja certo de que você está fisicamente adaptado para as atividades de corrida que está desenvolvendo: todos que querem participar de uma maratona devem fazer exame médico. Saiba o que pode o que não pode, o que deve o que não deve, enfim saiba seus limites e respeite os sinais que seu corpo sempre emite e que não podem ser esquecidos.



Para estes, uma avaliação medica anual é fundamental. Pessoas na terceira idade, com diabetes ou os hipertensos, devem ter cuidados médicos redobrados; 




2 – Treine adequadamente.


Para desenvolver seu potencial, o treino é fundamental.


Para participar de uma maratona, deve-se treinar especificamente para este tipo de esporte.


As corridas menores têm maior potencial de risco, porque atraem, além de atletas, as pessoas que não possuem treinamento adequado.


São pessoas que acham que a corrida é um esporte que não exige uma “habilidade” específica e por ser apenas 5 ou 10 km é fácil completá-la e muitas vezes abusam no ritmo.



Alerta que o treinamento para as corridas de rua deve ser realizados em asfalto. Não basta só treinar em ambiente de academia e depois enfrentar solo irregular, temperaturas baixas ou muito altas no dia do evento; 




3 - Siga as regras básicas para uma nutrição adequada: alimentação na véspera deve ser rica em carboidratos e pobre em gorduras e condimentos.


Em Nova York, é famoso o jantar de massas oferecido aos atletas da Maratona no Central Park. É, inclusive, uma grande confraternização.


O desjejum deve acontecer três horas antes da prova e conter carboidratos compostos (pão, frutas, suco de frutas, por exemplo) e evitar bebidas adoçadas com açúcar comum.


O atleta deve no desjejum manter a rotina alimentar que observa durante os treinamentos.


Devem-se evitar alimentos gordurosos e de difícil digestão;




4 – Mantenha a hidratação adequada antes, durante e depois da corrida.


Em 2006, a IMMDA se reuniu em Barcelona e emitiu seu Consenso de Hidratação: se a corrida durar mais de 30 minutos deve-se utilizar, também, além da água, uma bebida desportiva.


Apenas quando tiver sede e na quantidade necessária da sede.



Um alerta: os corredores devem se acostumar com os isotônicos durante os treinamentos. Há caso de corredores que os utilizaram pela primeira vez durante a corrida e tiveram distúrbios gastrointestinais, inclusive uma jovem fez edema de glote por alergia ao corante empregado na bebida utilizada. 





5 – Realize exercício de aquecimento e alongamento antes da corrida e alongamento após a corrida. Este aquecimento anterior às provas deve ser suave e estimulante a musculatura. 




6 – Roupa e acessórios de acordo com o tempo. Recordo de uma corrida, em um dia quente, na qual um atleta estava vestido de super-herói e no final estava totalmente destituído de qualquer super-poder; 




7 – Use tênis adequados e confortáveis: nunca um par novo; 




8 – Observe as condições da pista enquanto corre. As ruas possuem um piso irregular. As pessoas devem estar atentas para não tropeçarem em obstáculos. Lembro do caso de uma atleta, corredora de 400m, que acostumada a pistas regulares, não estava atenta ao solo e devido a um buraco no asfalto do Aterro do Flamengo, sofreu uma queda que lhe resultou uma ferida contusa no queixo e o abandono da prova.




9 – Corra no seu próprio ritmo, nunca ultrapasse-o. O pique no final da corrida pode acarretar problemas como, por exemplo, rupturas musculares ou tendinosas; 




10 – Escute seu corpo: diminua o ritmo ou mesmo pare se não se sentir bem. Se acordar no dia da prova com gripe, com alguma indisposição, tenha a coragem de não correr. Já atendemos um cidadão que passou mal na primeira meia- maratona do Rio, em que atuamos em 1999; inacreditável, mas ele ousou correr com uma infecção desconhecida.




A regra de ouro: nunca estreie nada novo no dia da corrida.




Não mudar a alimentação, não tomar medicamento que novo, manter o vestuário conforme utilizado nos treinos, não usar tênis novo, nada de novidades de última hora.




Recomendação extra: não usar antiinflamatório na véspera ou no dia da corrida.
Tem pessoas que usam este medicamento para passar a dor preventivamente. Estudos mostram que isto pode predispor a redução de sódio circulante, arritmias cardíacas, disfunção renal, e outras complicações precoces e tardias.





A MEDICINA DO ESPORTE ACONSELHA:
Facilite seus treinamentos e aperfeiçoe os resultados nas competições, seja sempre cumpridor das orientações médicas, os resultados surgirão mais breves !!!!!!





Dr. Bruno Noronha
(Medicina do Esporte e Fisiologia do Exercício)


sexta-feira, 30 de maio de 2014

A influência da atividade física sobre a saúde mental de idosos







    O envelhecimento é um fenômeno biológico e psicológico que gera influência a nível familiar e social. O processo de envelhecimento caracterizado pela perda gradual das funções orgânicas, onde o idoso retém sua capacidade intelectual e física em níveis aceitáveis, é chamado de senescência. E quando os sinais de degeneração muito intensos aparecem, ocorre o envelhecimento patológico, chamado senilidade.



    O ciclo da vida humana é uma dinâmica comportamental, que cada indivíduo passa fase a fase, onde não se deve esquecer a concepção de ser humano lembrando de sua constituição e estruturação física e psicológica.



    A qualidade de vida na terceira idade pode ser influenciada por alguns aspectos, tais como: o aspecto físico, que é caracterizado pelo crescente declínio das funções dos sistemas fisiológicos comprometendo a saúde; o aspecto psicológico, caracterizado por perdas na auto-imagem e auto-estima. Essas perdas são significativas devido ao envelhecimento, no sentido de se sentirem inúteis, pouco estimados e respeitados; e no aspecto social, a sociedade aliena o idoso do processo social.



    A faixa populacional que tende a sofrer com transtornos psicológicos são os idosos. E o maior problema por eles enfrentado é a depressão psíquica.



    A depressão é caracterizada por tristeza, baixa da auto-estima, pessimismo, desesperança e desespero. Seus sintomas são, fadiga, irritabilidade, retraimento e pensamentos de suicídio. O comportamento depressivo é considerado uma resposta inadaptada a alguma perda.



    Os diversos transtornos da vida como: perdas afetivas, aposentadoria, afastamento de atividades profissionais, sociais e familiares e dificuldades econômicas podem levar a problemas de saúde mental.



        À medida que uma pessoa experimenta a situação de isolamento, as chances de aumentar a depressão são maiores. Existem evidências de que idosos internos apresentam maiores índices de depressão do que os não internos, que a boa saúde física e mental em idosos tem estreita relação 15 e de que as atividades sociais refletem de modo positivo no bem-estar físico e emocional desses indivíduos.

    A auto-estima está continuamente sendo ameaçada no idoso. E dentre os fatores que podem promove-la destacam-se, principalmente, a saúde física, que favorece a independência; a saúde psicológica, que permite reagir com mecanismos de enfrentamento e defesa; pessoas que as permitem convivência e não isolamento; e segurança econômica, para suprir suas necessidades básicas.



    A saúde mental do idoso está sustentada na percepção de ter sido útil e produtivo para sua família e sociedade. A aceitação da terceira idade como parte do ciclo da vida é um modo de aceitar a velhice. Quando essa aceitação não ocorre, a negatividade sobre si mesmo favorece ao quadro depressivo.



    A depressão moderada em idosos, quando ocorre devido à falta de estímulo e não a uma causa intrínseca, pode ser atenuada quando possibilitamos ao idoso algo que ele gostaria de fazer.



    A depressão é comum em indivíduos idosos e tem relação íntima com o declínio físico posterior. Foi encontrada a relação de que, quanto mais sintomas, maior a deterioração física. Assim como pacientes com bom estado de rendimento físico sem incapacidades, à gravidade dos sintomas depressivos, puderam preceder a diminuição do desempenho físico.
    


    Exercícios físicos regulares tem influência no tratamento de doenças crônicas assim como na melhoria do bem estar geral. Exercícios de intensidade moderada a intensa, com duração prolongada, podem estar associados com a diminuição dos sintomas de depressão não psicótica. Essa melhora foi observada paralelamente ao melhor índice de aptidão cardiovascular.






A MEDICINA DO EXERCÍCIO ACONSELHA: Pessoas fisicamente ativas, em qualquer idade, apresentarem uma melhor saúde mental do que sedentários.




Dr. Bruno Noronha (Medicina do Esporte e Fisiologia do Exercício)

    



quinta-feira, 22 de maio de 2014

CREATINA E EXERCÍCIO








Nestes últimos anos a Creatina tem se notabilizado como uma das grandes fontes de energia, com aumento de potência e massa muscular, efeitos muito desejados em diversas modalidades esportivas e em academias de ginástica.



Podendo ser sintetizada no fígado, rins e pâncreas, com a utilização de 03 aminoácidos: Glicina, Arginina e Metionina, além disso, pode ser obtida na dieta normal, sendo a carne rica em creatina, contendo cerca de 5 g/kg.



O corpo humano possui cerca de 120g de cretina, sendo que 95% desse total é encontrado nos músculos esqueléticos, onde 60% dessa creatina está fosforilada, formando estoques de fosfocreatina, um composto altamente energético.



A suplementação de 20-30g de creatina / dia aumenta em 20% o conteúdo muscular de fosfocreatina, porém 40 a 68% da creatina consumida são excretadas pelos rins, portanto os cuidados e monitoramento das funções renais se tornam indispensáveis durante o uso da substância.



A concentração normal de creatina é de 125 mmol/ kg de tecido, chegando ao máximo de 160 mmol/ kg de tecido, ou seja, em um praticante com níveis já elevados da substância pela alimentação, dificilmente se beneficiaria de suplementação.



Há de ser observado sempre que as necessidades de suplementação forem muito bem avaliadas e com critérios de exames de laboratório que possam realmente afirmar sem sombra de dúvidas que existem necessidade e benefício físico, sem comprometimento da saúde.



Determinadas pesquisas demonstram que o excesso de creatina em ratos experimentais, ou seja, concentrações crônicas, diminuem a expressão gênica dessa proteína transportadora, denominada de CreaT, prejudicando desta forma em médio e longo prazo a performance esportiva.



O aumento da biodisponibilidade de creatina não implica necessariamente em benefícios para o desempenho, pois a suplementação não melhora a capacidade aeróbica e pode até influenciar negativamente em provas de longa distância, pela retenção de líquidos, que reflete no aumento de peso corporal total, aumentando assim o desgaste físico.



Estudo feito com atletas de futebol americano que foram suplementados com 15,75 g/ dia durante 28 dias em microciclo de treinamento para incremento de massa muscular, finalizando com potência muscular localizada, observou-se significativo aumento da capacidade física específica nestes atletas.



O fato é que não se pode nem se deve imaginar que a substância por si só trará ganhos individuais a todos que a usarem, pois na verdade cada indivíduo apresentará um comportamento metabólico e manifestará de forma diferenciada os benefícios e efeitos colaterais que porventura ocorram.



Cada modalidade esportiva e as diferentes necessidades metabólicas e suas demandas têm de ser observadas para o uso diferenciado e ideal para os grupos específicos de atletas, desta forma alcançando efeitos positivos para o treinamento e competições.





A MEDICINA do EXERCÍCIO ACONSELHA: Não use suplementos alimentares sem prescrição médica.




 Dr. Bruno Noronha (Medicina do Esporte e Fisiologia do Exercício)



segunda-feira, 12 de maio de 2014

CONSUMO DE FIBRAS E AMIDO RESISTENTE








A fibra alimentar é uma fração complexa composta por um conjunto de substâncias presentes nos alimentos vegetais, representados pela soma de lignina e polisacarídeos (celulose, hemicelulose, pectina, mucilagem e goma), sendo estes classificados segundo sua solubilidade em água.



            O amido resistente é definido como a fração do amido que não é digerida no intestino delgado e sua faixa de absorção varia entre 3 a 20%, quando sua faixa de digestão decresce, a glicose pós-prandial e a resposta insulinêmica são diminuídas na proporção direta.



            A natureza desta fração do amido está constituída por diferentes tipos, dos quais se classificam em função de sua estrutura físico-química e susceptibilidade a digestão intestinal.



Existem, portanto quatro tipos de amido resistente:


tipo I (amido fisicamente inacessível na matriz do alimento, fundamentalmente pelas paredes celulares e proteínas);


tipo II (encontra-se em alimentos não coccionados, como banana e batatas cruas);


tipo III (que se forma quando o amido sofre retrogradação, estando presente nas batatas frescs e cozidas, cereais matinais e pão); e


tipo IV (amido quimicamente modificado resistente às enzimas).




            Alguns fatores afetam a formação do amido resistente, como por exemplo, métodos de conservação do alimento (refrigeração, congelação, defumação), processos culinários (fritura, cocção, micoondas) e outros que ocorrem entre seus constituintes como a sua origem botânica, o estado da parede, do grânulo e a presença de outros nutrientes constituintes do alimento.

            A propriedade de sofrer fermentação no cólon, a resistência a digestão no intestino delgado e o grau de desintegração durante o processamento e a mastigação, influenciam nos seus efeitos fisiológicos no organismo humano.



            A fermentação gera produtos que aumentarão a acidez do cólon, parecendo exercer efeitos protetores, essas substâncias também provêm certa quantidade de energia, que será usada como reserva energética para proliferação de bactérias benéficas ao cólon.



            Estima-se que o consumo de 20g / dia possa oferecer mecanismos preventivos em transtornos relacionados à dislipidemias, diabetes, obesidade, alterações cardiovasculares e alguns tipos de câncer, influenciando pois, no balanço energético, por um mecanismo envolvendo o aumento da excreção de gordura.



            As fibras mantêm efeitos importantes do ponto de vista fisiológico, por sua importância em manter o trofismo intestinal e a integridade estrutural da mucosa, servindo desta forma como barreira imunológica, prevenindo a translocação bacteriana.



            Na fermentação das fibras acontece produção de ácidos graxos de cadeia curta - AGCC (acético, propiônico, butírico), estes estão particularmente envolvidos na regulação de divisão e morte celular, sustentando o ritmo normal de renovação, essencial para garantir trocas constantes do epitélio digestivo, além do aumento da viscosidade do conteúdo entérico, estimulando assim a divisão celular.
           



           
A MEDICINA do EXERCÍCIO ACONSELHA: As pessoas na maioria das situações alimentam-se bem...... e nutrem-se mal!!!!




 Dr. Bruno Noronha
 (Medicina do Esporte e Fisiologia do Exercício)